quarta-feira, 29 de julho de 2009

Portugal: Bancos vão continuar a restringir acesso ao crédito

A concessão de crédito bancário a empresas e particulares tornou-se mais restritiva no segundo trimestre deste ano e os bancos perspectivam “apertos adicionais” para o próximo trimestre, refere o inquérito aos bancos, hoje divulgado pelo Banco de Portugal.

De acordo com os resultados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, realizado aos cinco grupos bancários portugueses que integraram a amostra, os critérios de concessão de empréstimos tornaram-se “mais restritivos no decurso do segundo trimestre” deste ano.

Para o próximo trimestre, os bancos antecipam “apertos adicionais nos critérios de concessão de crédito ao sector privado não financeiro” e prevêem também um “ligeiro aumento da procura de empréstimos ou de linhas de crédito por parte das empresas e uma diminuição da procura de empréstimos pelos particulares”.

As restrições na concessão de crédito durante o segundo trimestre são atribuídas a uma avaliação menos favorável dos riscos e ao aumento dos custos de capital e restrições de balanço dos bancos devido às perturbações nos mercados financeiros.

Todos estes factores conduziram, segundo o relatório do Banco de Portugal, a um aumento dos “spreads” aplicados nos empréstimos concedidos, quer a sociedades não financeiras, quer a particulares.

O Banco de Portugal refere que a procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte de empresas registou “uma ligeira diminuição no segundo trimestre face ao trimestre precedente”.

De acordo com o inquérito, isto deveu-se a menores necessidades de financiamento de investimento e de projectos de fusões e aquisições, assim como de reestruturação empresarial. Apenas a reestruturação da dívida e a diminuição da geração interna de fundos das empresas terá contribuído para um aumento da procura de crédito por parte das empresas.

Os particulares, de acordo com os resultados obtidos, também diminuíram a sua procura de crédito, em especial nos empréstimos para aquisição de habitação.

O Banco de Portugal refere que a diminuição da procura por parte dos particulares está relacionada, em grande medida, com a deterioração da confiança dos consumidores.

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