terça-feira, 28 de julho de 2009

Portugal/Educação: Docentes portugueses no estrangeiro continuam sem aumentos salariais prometidos pelo Governo

Terça-feira, 28 de Julho, representantes do Sindicato dos Professores no Estrangeiro (SPE) e da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), à qual o SPE é afecto, e alguns professores realizaram uma concentração junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

"Queremos alertar fundamentalmente o senhor primeiro-ministro para o problema dos salários que ainda não foram aumentados e para a publicação do despacho que ainda não foi publicado e teria efeitos a partir de Janeiro", disse Carlos Pato aos jornalistas.

Apesar de prometido pelo Governo português, até hoje essas actualizações não foram feitas por ainda não ter sido publicado o respectivo diploma legal, apesar do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que agora tutela estes professores, ter garantido em Março que ele já estava assinado, os professores viraram as queixas para o primeiro-ministro, José Sócrates.

No role das queixas está também a atribuição do subsídio de alimentação que -explicou o dirigente do SPE - só será atribuído a partir de Setembro.

"Compreendemos que o facto de ser só para Setembro leva a entender como a mudança da tutela do ensino português no estrangeiro a partir de 1 de Setembro para o Instituto Camões, mas achamos mal porque tinham-nos dito que todo o processo seria célere", criticou Carlos Pato.

O aumento do número dos horários incompletos é outro dos problemas que afecta muitos dos cerca de 600 professores no estrangeiro.

"No caso da França é flagrante e no caso do Reino Unido a mesma coisa e isso leva a que professores sejam colocados com 10, 12 ou 15 horas e que tenham de recorrer a um segundo ou terceiro emprego para conseguirem sobreviver", sublinhou o dirigente do SPE.

Joaquim Prazeres explica situação dos professores de português no Luxemburgo


Apesar dessa não ser a situação de Joaquim Prazeres, este professor colocado no Luxemburgo há 11 anos admite que muitos professores passam por dificuldades.

"No Luxemburgo estamos com um vencimento de cerca de 40% inferior aos colegas luxemburgueses e é lógico que a viver no mesmo país, com as mesmas condições de vida, isso afecta-nos no dia-a-dia", apontou.

Carlos Pato não percebe, assim, como é que o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, pôde segunda-feira dizer que o "caso destes professores já estava resolvido".

Depois da concentração, o secretário-geral do SPE e o dirigente da Fenprof, Mário Nogueira, entregaram um documento reivindicativo ao assessor de José Sócrates para o Trabalho e Segurança Social, enquanto os restantes membros do SPE e os professores foram recebidos, na Assembleia da República, por representantes de todos os grupos parlamentares.

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