sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Luxemburgo: Menos de 10 % dos pacientes do Centro Psiquiátrico de Ettelbruck são portugueses e cabo-verdianos

"O grande desafio do Centro Hospitalar Neuropsiquiátrico (CHNP) é conseguir mudar os preconceitos da sociedade sobre estabelecimentos como este e as condições de vida dos pacientes", disse Florbela Oliveira, psicóloga portuguesa daquele centro, acrescentando que uma enfermeira portuguesa vai reforçar a equipa de cuidados ao domicílio a partir de Dezembro Foto: M. Dias

Segundo as estatísticas do Centro Hospitalar Neuropsiquiátrico (CHNP) de Ettelbruck, menos de 10 % dos 450 pacientes do estabelecimento são portugueses e cabo-verdianos.

"Os luxemburgueses (80 %) constituem a grande maioria dos utentes do CHNP", revelou Léon Schmit, director de tratamentos daquele centro hospitalar

No domingo, o CHNP promovia a terceira edição de uma jornada de "portas abertas", iniciativa que serve para informar o público sobre as actividades do centro e para tentar mudar os preconceitos da sociedade sobre as doenças mentais.

"O nosso trabalho é mostrar às pessoas que a doença psiquiátrica é uma doença como outra qualquer e que pode atingir toda a gente", disse Léon Schmit.

Um novo serviço, chamado "Horizon", a ser lançado em meados de Novembro, foi apresentado ao público. O seu objectivo é a integração ou a reintegração na sociedade de adultos entre os 18 e os 65 anos que têm problemas crónicos de humor, de ansiedade ou de personalidade. A duração máxima da cura é de seis meses. O CHNP conta com seis enfermeiras e uma psicóloga portuguesas. Florbela Oliveira, originária da Bairrada, é psicóloga do CHNP há seis anos e meio.

"O grande desafio do centro é conseguir mudar a mentalidade da sociedade em que vivemos com a divulgação externa das actividades feitas no CHNP", disse Florbela Oliveira.

O Centro Hospitalar Neuropsiquiátrico dispõe de um serviço de consultas externas para antigos pacientes e para pessoas com problemas que necessitem de ajuda médica. Uma enfermeira portuguesa irá reforçar a equipa de cuidados ao domicílio (SPAD) do CHNP a partir de Dezembro, apurou ainda o CONTACTO. Este serviço, que existe desde 2001, é composto por 14 enfermeiras, que acompanham antigos pacientes com visitas ao domicílio. O objectivo do serviço é reduzir o período de hospitalização e evitar a recaída dos pacientes.

Com o objectivo de descentralizar as actividades do estabelecimento, o CHNP tem vários anexos: um estabelecimento em Useldange, que acolhe sobretudo pessoas dependentes do álcool; um edifício em Manternach, que acolhe toxicodependentes; e um em Diekirch, aberto em Junho último.

Léon Schmit adiantou ainda que o CNHP vai abrir mais delegações no país, dentro de sensivelmente três anos: um em Esch/Alzette e outro em Putscheid, este sobretudo destinado aos jovens. Por ora, ainda decorrem negociações com o governo sobre esta estrutura que poderá acolher 16 pessoas.

Desde 2005, todos os pacientes que necessitam de hospitalização psiquiátrica são internados nos hospitais do Luxemburgo, que dispõem de um serviço de psicologia.

O CHNP tem três estabelecimentos principais: a "Rehaklinik", clínica de reabilitação psiquiátrica; o Centro "Pontalize", para as actividades de cuidados, e o acompanhamento de idosos; e o "De Park", para o acompanhamento de pessoas com deficiência mental.

A jornada "portas abertas" de domingo foi a ocasião de descobrir os diferentes serviços propostos pelo CHNP, dos ateliês artísticos à ergoterapia e terapia de desporto, e ainda o hospital de dia, a hidroterapia, a terapia de ginástica e massagem e a terapia musical.

Cristina Casimiro

4 comentários:

  1. Aqui no Brasil, passamos pela mesma situação referente a esses dois itens: ao preconceito quanto à saúde mental e a descentralização de antigas instituições. Porém, os novos serviços já possuem alguns traços dos velhos hospitais. Porém, achei primorosa a fala da Psicóloga Florbela Oliveira.

    ResponderEliminar
  2. sofro de transtorno bipolar e estou no Luxemburgo há seis meses , neste momento estou com lítio e lamotrigina , mas quase a ficar sem medicação , e sem médico de psiquiatria e psicologia para que dê continuidade ao tratamento .
    a quem ou onde posso recorrer para que possa ser consultada regularmente e fazer o tratamento correctamente ?
    Agradeço a ajuda .

    ResponderEliminar
  3. TEM UMA AMIGA MINHA QUE RECENTEMENTE SE ENGANOU-SE NESSE HOSPITAL,SEU NOME É:NICOLINA

    ResponderEliminar
  4. Tem uma grande amiga minha enternada nesse hospital recentemente ela se internou por motivos de família,seu nome é:Nicollyna,mais conhecida como sttela.MEU NOME É CARLOS...OK

    ResponderEliminar