domingo, 23 de maio de 2010

EUA: Estado do Texas reescreve manuais de História para serem menos "anti-americanos"

O imperialismo norte-americano nunca existiu, a recusa árabe do estado de Israel é responsável pelo conflito no Médio Oriente e a ONU ameaça a soberania dos Estados Unidos passam a ser respostas corretas nos exames dos alunos do Texas.

Segundo a agência espanhola EFE, o novo programa escolar do Texas, de mais de 100 páginas, foi adotado sexta feira pelo conselho educativo do estado por nove votos a favor e cinco contra.

Os nove votos favoráveis são de conservadores e conseguiram fazer passar um documento que será a base da elaboração dos livros para as provas de quase cinco milhões de alunos, do segundo maior estado norte-americano na próxima década.

E como o Texas é um dos maiores consumidores de livros, as editoras preveem que as alterações agora definidas ultrapassem as fronteiras do estado.

"Acho que não se pode ler a história do nosso pais sem ter em conta que o Livro Santo e os espírito do Salvador foram os génios que o orientaram desde o princípio", afirmou a presidente do Conselho, a conservadora Cynthia Dunbar, acrescentando que os Estados Unidos são uma "terra cristã governada por princípios cristãos".

Assim, em vez de "imperialismo" norte-americano os novos guias falam em "expansionismo", mantendo contudo a palavra para "a penetração económica e militar no estrangeiro" quando está envolvido outro país que não os EUA.

É também pedido aos estudantes que "avaliem os esforços das organizações internacionais para minar a soberania dos Estados Unidos".

Dois assuntos que ficam fora dos programas são os grupos de defesa dos direitos dos afro-americanos e dos hispânicos e a memória de Ted Kennedy, o senador democrata que foi uma referência da esquerda até à sua morte o ano passado.

Em contrapartida, o antigo presidente Ronald Reagan é descrito como um dos grandes heróis da pátria, no estado natal de outro antigo responsável da Casa Branca, George W. Bush.

Revisionismo e ideiais anti-Obama

As mudanças são tão drásticas que um dos membros do conselho educativo pediu, por exemplo, que seja sempre usado o segundo nome do atual presidente dos EUA, Barack Hussein Obama.

Os grupos de direita insistem que Obama não nasceu nos Estados Unidos e fazem questão de o tratar por "Hussein", para que não seja esquecida a sua origem árabe.

Também foi aprovada uma proposta para retirar dos livros escolares a referência ao "comércio de escravos", substituindo-o por um "comércio triangular do Atlântico" que prosperou.

Apesar de tantas alterações, a escravatura vai continuar a fazer parte da história do Texas.

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