quinta-feira, 20 de maio de 2010

Luxemburgo: Sector das novas tecnologias é o que mais contrata

Apesar da crise, as empresas continuam a recrutar. Menos que em tempo de negócios florescentes, é certo, mas ainda assim o recrutamento não parou. É o caso no sector das novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC). O sector não passa incólume pela crise económica, mas o recrutamento não estagnou. Segundo um inquérito da Fedil (Federação Industrial), da ABBL (Associação dos Bancos e Banqueiros do Luxemburgo) e da CLC (Confederação Luxemburguesa do Comércio), nos próximos dois anos vão ser criados 188 novos postos de trabalho só neste sector.

A criação de postos de trabalho (59 %) está em clara regressão relativamente às previsões dos dois inquéritos anteriores (63 % em 2005 e 67 % em 2007). Contudo, nas contratações de trabalho projectadas, a criação de postos continua superior às substituições, o que, segundo a Fedil, "reflecte um certo optimismo por parte dos directores das empresas". Ainda segundo a Fedil, a economia luxemburguesa continua a ser criadora de emprego altamente qualificado. As vagas ligadas à programação, à gestão de projectos ou à actividade comercial estão nos lugares da frente. Programador continua a ser a profissão mais procurada, seguido de chefe de projecto e administrador de sistema.

Engenheiros
e programadores sÃo os mais procurados
"Temos bastante mais pedidos no sector IT e industrial do que no ano passado", confirma Julie Noirhomme, directora da Ajilon Luxembourg. "As empresas procuram os mesmos tipos de perfil que anteriormente, a saber engenheiros, IT, 'help desk', programador, etc."

Em contrapartida, a empresa verifica um abaixamento dos salários. "As propostas são de salários muito menos atractivos do que há três ou quatro anos", revela Julie Noirhomme.

Pelo contrário, o recrutamento no sector financeiro continua difícil. "O sector financeiro quando recruta fá-lo para perfis muito especializados, seja em posição hierárquica, seja em termos de competências", diz a responsável.

Outra tendência observada pelos profissionais do recrutamento diz respeito à gestão dos recursos humanos. "A problemática de gerir a mobilidade interna, de fazer transições de carreira, e não se enganar aquando de um recrutamento, de segurar os talentos, todas estas questões são, hoje em dia, primordiais para os clientes", explica Julie Noirhomme.

"Até 2008 vivemos uma fase de recrutamento intensivo. Actualmente, encontramo-nos numa fase que pode parecer difícil mas que representa uma real oportunidade, no sentido em que as empresas estão hoje conscientes da necessidade de olhar para o seu capital humano de maneira diferente", afirma. Outra grande diferença em relação ao período anterior à crise é que as empresas são bastante mais lentas a tomar decisões. Não é de admirar que uma empresa demore três ou quatro meses para tomar uma decisão. "As exigências dos empresários mudaram. Antes, analisavam-se uns cinco ou seis currículos; agora examinam-se muitos mais", explica Julie Noirhomme.

Aumenta a procura
de mÃo-de-obra pontual
A nível intermediário, regista-se um crescimento no sector da indústria. "Ao contrário do ano passado, sente-se uma certa dinâmica", diz, por seu lado, Fabrice Ponce, da Adecco Luxembourg. Mais uma vez, a procura orienta-se mais para os profissionais qualificados.

O sector Horeca continua a portar-se bem. Mesmo no seio da actividade bancária, mantém-se uma certa actividade, sendo os perfis mais procurados os de contabilista e vendedor.

O sector de trabalho temporário, que foi bastante afectado em 2009, está agora a retomar a sua actividade, sobretudo a que tinha originalmente, ou seja, fornecer mão-de-obra pontualmente. "Actualmente, 80 a 90 % dos pedidos são para trabalhos curtos, de dois dias a duas semanas", afirma.

Finalmente, segundo os responsáveis da Administração do Emprego (ADEM), as ofertas de trabalho aumentaram claramente nos últimos três meses. "Uma retoma diz respeito a todos os sectores da economia luxemburguesa", dizem. Em Março último, mais de duas mil ofertas de emprego foram declaradas na ADEM, contra apenas 1.330 em Março de 2009. F. Pinto

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