quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Site xenófobo contra portugueses bloqueado desde esta manhã



O site do nacionalista luxemburguês que difundia mensagens xenófobas contra os portugueses e os estrangeiros está bloqueado desde esta manhã. Quem tenta aceder ao portal de Pierre Peters obtém agora a mensagem "Forbidden" ("proibido").

O site poderá ter sido bloqueado pela justiça alemã, na sequência da carta rogatória que o juiz de instrução do processo no Luxemburgo enviou às autoridades alemãs, soube o CONTACTO junto do porta-voz da Procuradoria luxemburguesa. É que o servidor em que o site está albergado fica na Alemanha, explicou Henri Eippers ao CONTACTO. "Ainda não obtivemos resposta das autoridades alemãs, que podem ter decidido executar o conteúdo da carta rogatória sem no-lo comunicarem. O facto é que o site está bloqueado desde esta manhã, o que é positivo, mas neste momento não posso confirmar que foram as autoridades alemãs. Pode tratar-se apenas de um problema técnico, e o senhor Pierre Peters não ter pago a conta do alojamento, por exemplo", disse Henri Eippers a este jornal.

Questionado sobre se o juiz decidiu enviar a carta rogatória depois de o manifesto anti-portugueses ter sido manchete no point24 em português, na semana passada, o porta-voz diz que os dois acontecimentos não estão relacionados. O certo é que desde o Verão que as autoridades luxemburguesas têm conhecimento da existência do site e da distribuição de folhetos xenófobos em várias localidades. Em Janeiro, a Polícia Judiciária chegou mesmo a fazer buscas em casa de Peters, mas o site continuou activo. Duas semanas após as buscas, o economista, fundador do Movimento Nacionalista nos anos 90, publicava uma nova entrada com um manifesto anti-portugueses que o Point24 em português noticiou. "Portugueses! Pousem as vossas pás, desliguem os motores dos bulldozers e dos camiões e voltem para Portugal!", era uma das frases que indignou a comunidade portuguesa no Luxemburgo.

A mensagem contra os portugueses foi entretanto aditada ao processo, garantiu Eippers, que frisou só ter tido conhecimento do manifesto anti-portugueses através do Point24 em português, e elogiou a iniciativa do jornal. Ainda assim, o juiz de instrução continua sem deduzir quaisquer acusações contra Peters, confirmou hoje o porta-voz da Procuradoria ao CONTACTO. Em causa podem estar os crimes de incitamento ao ódio racial e discriminação, ambos punidos com dois anos de prisão pelo Código Penal luxemburguês.

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