domingo, 26 de junho de 2011

José Manuel Amaral Dias, antigo secretário de Estado da Cultura, esteve no Instituto Camões

José Manuel Amaral Dias, ex-secretário de Estado da Cultura do governo de Durão Barroso, falou sobre o sector cultural enquanto motor da economia na apresentação que fez no Instituto Camões, na semana passada.

"A cultura não se consome nem desaparece”, afirmou José Manuel Amaral Dias, acrescentando que esta tem "uma importância económica”. A sua apresentação girou em torno de um estudo de Augusto Mateus, sobre o peso das indústrias culturais na Europa e em Portugal.

O estudo de Augusto Mateus mostra que "a cultura já tem uma importância sólida, baseada em dados estatísticos, o que a torna comparável com outros bens”. Só na Europa dos quinze, em 2003, a cultura gerou um volume de negócios de mais de 654 milhões de euros.

Para o ex-assessor do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICAM), a cultura é o factor de diferenciação numa época em que "a característica competitiva dos países deixou de existir como dantes”. Segundo Amaral Dias, a cultura é o que resta ao Homem "para se manter na linha da frente do desenvolvimento económico-social”.

"O trunfo da Europa não são as praias nem o sol, mas o património e a actividade cultural”, afirmou o ex-secretário de Estado da Cultura.

Amaral Dias recorda que, entre 2000 e 2006, a indústria cultural gerou em Portugal 8.500 postos de trabalho, o que representa um crescimento cumulativo de 4,6 %.

José Manuel Amaral Dias tem formação jurídica e estudou Direito em Lisboa. "Quando Portugal assume a presidência da União Europeia em 2000, eu por acaso sou confrontado com algumas questões sobre direito comunitário. Como na altura já estava ligado ao Estado, o Ministério da Cultura perguntou-me se eu não queria ser transferido porque precisavam de alguém que começasse na área do cinema e do audiovisual a analisar as propostas que vinham da Comissão Europeia para as enquadrar face à legislação nacional."

Tendo já na altura um vínculo ao Estado, chega a presidente da comissão de gestão do Teatro Dona Maria II, em Lisboa. Foi convidado para o cargo porque "o Ministério da Cultura precisava de um jurista que fizesse a adaptação da legislação laboral, das empresas públicas ao sector do teatro”.

José Manuel Amaral Dias continuou depois sob o governo de Durão Barroso. "Fui convidado por ele a ser secretário de Estado da Cultura, funções que cumpri até Durão Barroso abandonar o cargo de primeiro-ministro para ir para presidente da Comissão Europeia”.

Depois de passar pela Bélgica, está desde Fevereiro deste ano no Luxemburgo como perito nacional destacado do Ministério da Cultura português junto da Comissão Europeia no Grão-Ducado.

Irina Ferreira

Foto: M. Dias

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