sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Juncker defende que os Estados credores devem renunciar a parte da dívida grega



Os Estados credores da Grécia devem "renunciar a parte da dívida grega", defendeu o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, numa entrevista ao diário austríaco "Standard".

À medida que avançam as negociações com os bancos privados e seguradoras sobre o perdão de 50 por cento da dívida helénica para evitar o incumprimento, os países devem questionar-se "se a ajuda pública pode ser necessária", advogou Jean-Claude Juncker ao mesmo jornal.

O também primeiro-ministro do Luxemburgo disse que o objetivo de reduzir o défice da Grécia para 120 por cento do Produto Interno - nível entendido como desejável pelo Fundo Monetário Internacional e condição para o desbloqueamento de eventuais fundos de apoio - não pode ser "totalmente alcançada" somente através da renúncia parcial da dívida do lado privado.

A ronda de negociações entre Atenas e os credores privados - a terceira - visa um acordo para o perdão voluntário de 100 mil milhões dos cerca de 350 mil milhões de euros da dívida helénica.

Na quarta-feira, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, instou os credores públicos a auxiliar a Grécia caso as negociações entre Atenas e os privados não sejam passíveis de garantir a sustentabilidade das finanças públicas gregas.

A responsável falava depois do jornal Financial Times ter noticiado que o FMI está a pressionar o Banco Central Europeu (BCE) a aceitar perder os lucros potenciais nos 40 mil milhões de euros de dívida grega que detém.

Christine Lagarde recusou comentar a notícia, mas referiu que "o FMI só tem um papel de observador no quadro das negociações" entre o setor privado e os credores gregos.

A Grécia está a negociar com os credores privados a reestruturação da dívida, para tentar cortar 100 mil milhões de euros no peso da dívida externa, mas as conversações ainda não chegaram a qualquer conclusão, dado que Atenas quer pagar juros mais baixos do que os credores - sobretudo fundos, bancos e seguradoras - exigem.

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